Eleições presidenciais, aborto e excomunhões.

Hoje no jornal o Metro vinha uma breve notícia sobre as eleições no Brasil, ou seja, nada que me interesse, mas ainda assim li a notícia até ao final. No geral falada do facto de neste momento haver um forte apelo aos crentes pelo voto, já que eles são a maioria, e quem manda o crentes votar é a igreja.

O que interessa mesmo no meio disto é que era referido o facto de um arcebispo ter excomungado todos os que estiveram envolvidos num aborto efectuado a uma rapariga de 9 anos, grávida de gémeos, porque foi violada pelo próprio pai. Desde a mãe aos médicos foram todos corridos a excomunhões.

Ora só por gritante falha do jornal diário é que não se mencionava que o pai da criança também tinha ficado nas más graças da igreja, pelo menos foi o que eu quis acreditar, e como tal decidi fazer uma busca pela notícia de forma a apaziguar esta minha inquietação. Mas não, o jornal não referiu o pai porque o pai não estava na lista de excomungados, parece que não estava apto para ser convocado para tão belo acto. Entretanto alguém já acima do arcebispo disse que afinal não havia excomungados, e que o arcebispo tinha era ficado chateadinho e tinha falado em fazer isso apenas por uma questão de sensibilidade... vá-se lá saber o que é que isso significa.

Portanto a igreja católica no Brasil pode decidir uma eleição para presidente, uma igreja em que há arcebispos que preferem excomungar por causa de um aborto mas que perdoam uma violação. A uma criança de 9 anos. É nestas alturas em que acho que afinal a humanidade não é assim tão evoluída como parece.