segunda-feira, outubro 11, 2010

Loving the rain



Há já uns dias que começou a chover, e na primeira noite aqui por casa houve comentários sobre o barulho da chuva. Isso vez-me lembrar de casa, da casa, aquela em que a chuva apesar de mais rigorosa do que aqui é pedida quando a sua altura do ano chega e ela não aparece.
Desde há já alguns anos a chuva para mim tornou-se um inconveniente, continuo a preferir o frio, e a adorar os dias de chuva, mas a capital não me dá nada em troca da chuva. Quando vivia na província a chuva trazia um cheiro a terra insubstituível, trazia jeropiga e castanhas assadas à porta de casa. Se a chuva demorava em aparecer havia logo quem a pedisse, porque já cá fazia falta para dar de beber ao que está plantado. Em Lisboa a chuva não tem utilidade, é sempre chata e oleosa na estrada.
Nestes dias salva-se o cair da chuva no silêncio da noite, há algo nesse som rodeado de silêncio que é reconfortante. E salvam-se a corridas à chuva, ali nas Quinta das Conchas, onde as árvores e terra fornecem um cheiro que também é acolhedor.

Gosto da chuva, e talvez por isso não use guarda-chuva. Ou então é porque sou teimoso e parvo.
Provavelmente é uma mistura das razões.


Sem comentários: