quinta-feira, fevereiro 24, 2005

XXV

Pois é...

25, já é um quarto de século, continuo mesmo assim amarrado a muito que passou e a muito que não se passou, continuo a olhar em frente mas a dar cada passo muito devagar como se tivesse apenas meses. Medo talvez.
Mas é assim... não podemos impedir o avançar do tempo, não temos o mágico poder de parar os ponteiros de um qualquer relógio cósmico que nos dê hipóteses de pensar mais sobre algumas coisas ou voltar atrás para emendar aquelas em que mal pensámos, o tempo foge como pequeninos grãos de areia pelos dedos que por mais que tentemos não podemos conter, fechados, parados.
E assim, como um qualquer fluido palpável o tempo passa, corre, flui por nós, imparável, sem que haja barragem que o detenha.

E eu sentado à beira da vida a ver o tempo passar, às vezes devagar às vezes numa rápida turbulência, mas sempre sem me levantar para "molhar" as mãos sequer. Porque? Não sei, talvez medo, talvez pense que é o melhor e que a qualquer momento vou ter um sinal indesmentível de que é aí que me devo levantar e "fazer" qualquer coisa, mas quanto mais o tempo passa mais me convenço que isso não vai acontecer e que apenas adio o inevitável.

Mesmo que tente não posso e acho que não devo prometer-me a mim própiro que vou mudar ou tentar mudar o rumo das coisas. Vou tentar apenas agarrar o tempo, não sei bem como mas vou tentar. Com ou sem ajuda.

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