Há dias que realmente nos mostram muita coisa. Mas como desses há poucos vou falar de um dia que não me mostrou grande coisa. Apenas falta de civismo.
Saída de casa e espera na paragem do autocarro, alguma gente à espera e assim que o autocarro pára todos se atiram à porta discutindo quem chegou primeiro à paragem com berros estridentes e palavrões à boca cheia. O mais engraçado é que o autocarro estava longe de estar cheio e quase havia lugares sentados para todos.
À saída do autocarro novo filme, porque vários foram os que se dispuseram à frente nas portas porque aquela 3ª paragem a contar desta em que têm que sair é muito traiçoeira. Quem tiver que sair já nesta ou nas outras entretanto que vá pela frente.
Escada rolantes no metro e lá estão várias pessoas a fazer algo que muito me irrita que é achar que as escadas são para ser usada a toda a largura por elas, isto quer dizer que, se forem acompanhados vão lado a lado, sozinhos vão a meio com uma mão em cada corrimão. À entrada no metro novo filme de correria para arranjar um lugar sentado, empurrões, caneladas e arrancar olhos, vale tudo.
Saída do metro, algo porque todos já passaram algum dia... as portas abrem-se e parece que continuam fechadas porque existe um muro de gente do lado de fora que pensa claramente que aquela paragem é só para embarque de passageiros e portanto ali ninguém vai querer sair, amontoam-se junto à linha amarela esperando ter escolhido mesmo o centro de abertura das portas, se isso não acontece corrigem rapidamente a posição assim que o metro pára para ficarem mesmo à frente. Como uns meros “desculpe”, “com licença”, não se vai a lado nenhuma lá se tem que levar na frente 3 velhinhas, 2 velhinhos, uma gaja de saltos altos e um tipo malcheiroso de fato de gravata tendo no final que ouvir o “calma lá”, “não precisa de levar as pessoas na frente”, “que estúpido”… e realmente n havia necessidade daquilo, mas eu queria mesmo era sair no Saldanha que Picoas ficava fora de mão.
Saída da estação de metro mais do mesmo nas escadas rolantes.
Vejo o sol fora da estação e penso que estou finalmente livre dos transportes públicos. Que alívio. Mas assim que viro à esquerda deparo-me com uma aberração, uma estrada só com faixa de rodagem e estacionamento, sem passeio. A minha mente ficou confusa e só com alguma atenção consegui perceber que afinal antes havia passeio mas não havia estacionamento, claramente isto é errado e assim sendo é por o carro no passeio e os peões que vão pela rua do lado que lá é mais fácil.
Eu, preguiçoso como sou não quis ir pela rua do lado e fui mesmo na faixa de rodagem, encostadinho aos carros, na rua seguinte os carros não ocupavam o passeio todo e eu pensei logo: “epah, isto está a correr bem” mas logo me deparei com o síndrome das escadas rolantes na sua estirpe passeios apertados. O que é que é isto? Todos vocês também sabem porque já algum dia passaram por isso. Vão num passeio com alguma pressa e à vossa frente duas pessoas, calmamente caminham ocupando toda a largura do passeio, o que vêm atrás que se lixem os da frente são olhados com ar furioso porque eles acham que não têm que se desviar e então fazem aquele semi-gesto com o ombro como quem se desvia mas na realidade nem um centímetro de mexe e obriga a outra pessoa que vem de frente a encostar-se à parede ou a ir para a estrada.
Lá fui eu para a estrada. Mesmo a chegar ao destino encontro o típico fã do slalom, é aquele que não se põe ao lado da pessoa que vai também no passeio porque não a conhece mas coloca-se mesmo atrás da lado o posto do passeio, o que obriga os que vierem com mais pressa de trás a fazer curvas apertadas entre pinos humanos.
Já lá vai o tempo em que cuspir para o chão é que era não ter civismo, hoje em dia isso é para meninos porque quem é grande tem maneiras muito melhores de não demonstrar ponta de consideração por todas as outras pessoas.
Sem comentários:
Enviar um comentário