quarta-feira, fevereiro 28, 2007

Forças sem segurança

Este país está, realmente, a ir com por água abaixo. A culpa é nossa.
Nossa na medida em que todos fazemos parte de uma sociedade que é a portuguesa, e se os que lêem estas linhas não se revêem no que digo, temos pena, é aqui mesmo que vocês vivem. Salvo os que estão no estrangeiro e nesse caso fizeram bem um fugir, tragam-me qualquer coisa quando voltarem.
Desta vez o que me leva a vir aqui mandar vir com o “sistema” é o facto de ver (neste aspecto a culpa é minha) no telejornal da TVI uma notícia sobre um homem baleado pela GNR. Até aqui podia haver dúvida sobre a validade da notícia, decidi continuar a ouvir. Dois irmãos decidiram no dia de ontem não obedecer numa operação stop. Dito assim parecem um pouco excessivos dois tiros num deles… continuando. Na descrição da TVI ficamos a saber que os irmãos foram mandados parar e que além de não cumprir o que lhes foi pedido ainda tentaram atropelos os militares, a GNR disparou dois tiros que puseram um deles em estado grave, isto tudo quando o rapaz que fugiu diz que só o fez porque não tinha carta e não tentou atropelar ninguém, o que do ponto de vista da TVI parece que lhe dá o direito de tentar fugir. Mesmo assim, se ele não tentou atropelar ninguém ficamos a pensar que é capaz de ter sido um pouco excessivo ter feito dois buracos num gajo. Eis quando aparece o pai dos rapazes a falar e é o próprio que descreve a cena como, o filho tendo parado efectivamente assim que lhe foi pedido e que ao pedirem-lhe os documentos se pôs em fuga e ao fazer isso levou pelo menos um dos guardas na frente e abalroou outro. Neste ponto o que eu pergunto é: “Estavam à espera de quê?”, se tivesse morrido o GNR era um escândalo assim como o gajo só o levou na frente um bocadinho o militar é que é mau.
Logo a seguir a notícia foi a de também militares da GNR condenados a pagar não sei o quê a uns gajos por também os ter deito com recurso a uso de disparos. O mais giro é que eles já estavam indiciados pela polícia tinham antecedentes e um deles nem esteve na leitura da sentença porque está preso em Espanha.

Eu sou muitas vezes crítico em relação à actuação da polícia, mas depois de ver estas notícias fico a pensar que se eu fosse um deles também não me arriscava a muitas coisas para depois ainda ser condenado sem razão. Não só pela justiça como pelos meios de comunicação sensacionalistas.

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