quarta-feira, maio 28, 2008

ARghhhhhhhhhhhhhhhh


Por vezes, e ao contrário do que normalmente sinto, é no fluir das palavras que se esfuma uma visão. Desaparece porque pura e simplesmente não estava lá, ou se estava não era o que ondulava pela minha cabeça.

Talvez me esteja a tornar de pedra, e nada me toque já. É bom poder aguentar a intempéries, imutável como uma pedra, mas o sentimento de transformação pode ser frio. Muito frio.

Aqui e ali caem gotas que me tocam e escorregam por mim, sabem bem, mas escorrem e desaparecem por baixo de mim. O que fica seca com o tempo, e nada fica para depois, como marca de que aquela gota uma vez passou por mim.
Há gotas que caem e apenas estão de passagem para atingirem um objectivo maior e mais importante, um rio talvez. Outras tentam deixar a sua marca, fazer o seu papel na erosão, sem que seja esse o seu objectivo final. Apenas um passo que sentem ter de dar. Já não dá.
Não há mais gotas. Não sinto. Sou de pedra que seca depressa.


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