sábado, fevereiro 14, 2009

Finalmente morreu


O título poderia ser quase inacreditável, não fosse o facto de a falecida ter sido Eluana Englaro. E digo ter sido, porque há altura da morte já não o era ia para 17 anos.

Não sou religioso, mas acredito que a vida tem o seu quê de sagrado, mas acredito também que o sagrado da vida acaba quando o seu dono o decide.
O suicídio existe e é contemplado não raramente por mais pessoas do que creio ser o pensamento geral. E a verdade é que qualquer um, desde que munido com a vontade suficiente (não confundir vontade com coragem), pode cometer suicídio sem grandes dificuldades. Talvez seja esta uma das razões que mais me baralha na questão da eutanásia. Estás bom de saúde atira de uma ponte sem problemas, se pelo contrário és um vegetal temos pena... vais viver até sabe-se lá quando independentemente da tua vontade.

Existem nas condições associadas a certas doenças que podem levar a decisões erradas ou precipitadas, mas a eutanásia não é isso. É uma decisão consciente e psicologicamente acompanhada de alguém que não pretende continuar a viver. No caso da Eluana nem isso ela podia pedir devido ao seu estado.


Nesta triste história vejo mais uma vez espelhada a hipocrisia da Igreja Católica, que tal como deixei aqui no blog faz uns dias, diz que é contra os tratamentos que prolongam exageradamente a vida, mas debateu-se com tudo para que a Eluana não pudesse ter paz. Quanto ao governo Italiano e à tentativa de fazer leis à velocidade da luz para impedir o que se passou nem tenho nada a dizer...

Finalmente Eluana morreu. Partiu. Indiferente a todos os que por umas ou outras razões tentam travar batalhas para quem não quer continuar, não assim, seja obrigado a fazê-lo.

Ciau

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