segunda-feira, agosto 02, 2010

Quis custodiet ipsos custodes?




Ainda há não muito tempo discuti o assunto da privacidade da nossa informação na Internet. Sou completamente contra qualquer tipo de atentado à privacidade pessoal em favor de um suposto Big Brother que supostamente nos protege.
Um dos argumentos que mais se lê online é o de que a Internet não se consegue policiar a ela própria. É verdade, mais ainda bem.É essa falta de policiamento que permite que se possa livremente dizer online que a Internet não se sabe controlar.
Um crime é um crime e pode sempre ser investigado e os culpados apanhados como acontece inúmeras vezes, por exemplo com a pornografia infantil distribuída digitalmente entre pedófilos. Mas não é preciso que para que isso aconteça haja a possibilidade de todos podermos ser policiados indiscriminadamente, sendo as nossas informações pessoais cedidas a uma suposta autoridade.
Faz relativamente pouco tempo a Google recusou o acesso (às autoridades dos EUA) à informação de determinados utilizadores, acção criticada por um interlocutor meu há uns dias, porque segundo ele "Eu não tenho nada a esconder, não me importava que cedessem a minha informação". Mas e se fosse o Irão a pedir essa informação? ou a Coreia do Norte? e se fosse o vizinho do 3º esquerdo? Quem é que decide quem tem a autoridade para o fazer?
A Internet não é Portugal, a Europa, outro país ou continente, não é cristianismo, o islamismo ou qualquer outra religião, é algo inigualavelmente global, e as regras que regem essa globalidade têm que ser abertas, já que o querer controlar determinados aspectos da W.W.W. abre as portas a que alguém com valores bem diferentes dos meus queira controlar aquilo que eu sou e a minha informação. É isso que a China e a Corei do Norte fazem e que é criticado por quem defende o policiamento da informação na "net". Posição que me parece francamente esquizofrénica.




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