sexta-feira, maio 27, 2011

E agora, política.

As eleições estão à porta, e dia após dia olho para a campanha eleitoral e para os partidos que andam metidos nela e não posso com nenhum. Da esquerda à direita são uma cambada de gente merdosa que não inspira confiança nenhuma. Não inspira absolutamente nada.

Como apartidário que sou cada vez mais me custa ver as ovelhas que votam num partido como se do seu clube do coração se tratasse.
Há já muito tempo que reparei que me era impossível "adoptar" um partido porque não é provável concordar em toda a linha com seja que partido for. Vai haver sempre pontos em que penso de forma completamente diferente da defendida pelo bloco de pessoas que definem as políticas deste ou daquele partido.

O facto de não ter partido não é sinónimo de não ter ideias definidas, pelo contrário, tenho é as minhas ideias bem definidas e sei o que quero, e mais importante ainda, sei o que não quero. E olhando para o espectro político nacional eu não quero estes políticos, quero outros, e se esse não forem bons quero outros, e depois outros... é essa a suposta beleza da democracia, é que caso o povo vote em quem não devia ter votado pode, nas seguintes eleições, rectificar esse erro e não votar nos mesmos. Mas aqui os portugueses fazem-me lembrar os ratos de que este vídeo bem antigo fala, e apesar de ser antigo aplica-se perfeitamente à nossa realidade:


Estou farto da conversa do voto útil, da conversa de que se não votar neste vou votar em quem? naquele que é ainda pior? Ainda há quem não perceba o quão incrivelmente estúpido é este tipo de argumentos.
Por mim sim, pode ser naquele que se pensa que será ainda pior, porque sem ele governar nunca saberemos se é realmente pior, e convenhamos, pior do que o que tem sido? Não me parece.
Apesar das democracias europeias serem no papel muito diferentes do sistema norte-americano cada vez mais rumamos no sentido do bipartidarismo, em que os pequenos partidos sobrevivem de migalhas e à espera de uma altura como esta para se agarrarem às calças de uma dos dois partidos principais e quando lá chegam por vias de coligações compram submarinos para mostrarem que já governara qualquer coisa no seu país.
Em Portugal vivemos um país de gatos pretos gatos brancos, e infelizmente não estou a falar do filme do Kusturika, antes fosse, pelo menos ria-me mais um bocado, mas vivemos nesta palhaçada sem piada e cheira-me que dia 5 lá teremos mais um partido de gatos no poder, mas sem o meu voto, isso é garantido. Mas voto, voto sempre, porque eu quero ter o direito de protestar, e quem não vota perde qualquer razão quando diz que isto está mau e quer o governo não vale nada. Eu vou lá sempre, faça sol ou faça chuva, esteja dia de praia, ou quando morava na Covilhã estivesse dia de ski, porque o voto é o nosso verdadeiro poder, e se queremos mudar alguma coisa podemos fazê-lo, mas não com toda a certeza votando sempre nos mesmos.


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