quarta-feira, agosto 08, 2012

Os jogos

Depois de semana e meia afastado de tudo o que é civilização regresso a um mundo em que há notícias diárias sobre tudo e mais alguma coisa. A vontade de as ouvir é pouca e prefiro refugiar-me nos olímpicos e pouco mais. Deparo-me com algumas críticas à participação Portuguesa, que até Domingo não vi, mas que desde esse dia acompanho, e não consigo perceber o porquê de se deitar abaixo os nossos atletas.
As participações nas várias provas, desde a maratona feminina ao triatlo masculino tiveram resultados interessantes, ainda que nenhum atleta tenha subido ao pódio. 
Estamos num país que apoia de forma fraquíssima os seus atletas, mas quando se chega a este tipo de provas ainda se exige deles que ganhem a participantes de países que colocam todos os meios e mais alguns ao seu dispor. É injusto, irreal e mesquinho fazer juízos de quem muita vez faz tudo e mais alguma coisa por um desporto quando podia muito bem virar-lhe as costas já que em Portugal quem não joga futebol dificilmente consegue mais reconhecimento do que uma página de jornal quando ganha uma grande competição (e por vezes nem assim).

Pessoalmente tenho um gosto especial pelo ténis-de-mesa, já que foi o único desporto que pratiquei mais a sério. E vi a participação dos nossos atletas na prova por equipas. Ainda que não tenhamos ganho nos quartos de final e fiquemos relativamente longe das medalhas, a nossa participação foi brilhante. Pode parecer esquisito ficar feliz quando se perde, mas ver aqueles jogos e perceber que podíamos ter eliminado a equipa número dois do mundo é algo de entusiasmante, muito entusiasmante mesmo.
Não ganhámos mas fomos olímpicos nesse dia. Porque ser olímpico é dar-se tudo o que se tem para ganhar, e se os adversários forem melhores aceitar a derrota com a elegância que define os campeões.

Vergonha é aquilo que fizeram as equipas que tentaram perder no torneio de badminton e que a Espanha repetiu nos basquetebol.

É preciso ser-se realista e perceber o que os nossos atletas podem ou não alcançar, perceber que não competem sozinhos, e mostrar apreço quando o esforço que eles demonstram é total. Ficar em 21º e cair após a linha de meta não é vergonha nenhuma, é um orgulho. Vergonha é dizer que de manhã é para dormir... lembram-se?

Sem comentários: