quarta-feira, outubro 03, 2012

Aquilo que nunca foi

Eu não me sinto um gajo cínico com o que se passa à minha volta (ainda que me apontem essa característica). Se me chamarem desconfiado até sou capaz de aceitar, sendo que ainda assim prefiro o termo inquisitivo. Normalmente questiono o que vejo de forma a tentar que seja a mais racional possível.

Nos últimos tempos apareceu pelo facebook o "à procura de Diana" e se não acho que tenho um coração de pedra, confesso que também não me derreti pela situação. Pareceu-me demasiado "hollywoodiana" sendo que não sabia nem desconfiava que se tratava de uma manobra publicitária. Agora que se revela ser um golpe de marketing não consigo deixar de me rir, com muitos que ficaram de coração nas mãos com a história meio palerma de um gajo que teria encontrado amor da sua vida e que a tentava encontrar com a ajuda da comunidade online com base em "nada".
A ideia é a mesma que quando se colocam no mural conversas sobre o cancro, a fome e tantas outras coisas e se pedem likes como se isso resolvesse realmente um problema. Como muitos não têm sequer a disponibilidade para questionar o que leram e partilham cegamente, cria-se uma torrente de parvoíces. Vai e não vai é a conversa de que o facebook se vai começar a pagar, depois a conversa de que colocar não sei o quê no mural previne utilização dos dados para isto ou aquilo... 

A Cacharel apenas aproveitou aquilo que há de mais ingénuo nas pessoas, misturou a credulidade com a inércia, e com um meio tão simples como o facebook lançou inúmeras pessoas atrás de uma personagem que nunca existiu.

Bem vindos à realidade.

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