sábado, setembro 03, 2005

Katrino pro Katrina

Vi ontem na televisão a destruição que assolou uma região, por sinal num dos países supostamente mais desenvolvidos do mundo. Muitos sentimentos passam pela cabeça durante a visualização das imagens, mortos, desalojados e desorientados.
Pode-se falar sempre da pena que se sente por aquelas pessoas, e isso é fácil de fazer.
Pensei em comentar o facto de ver uma cidade de um país no topo do mundo igual a uma cidade de terceiro mundo, ou o facto de ver um presidente pedir dinheiro à população para apoiar os afectados quando tem um orçamento megalómano para campanhas militares, podia comentar o facto de o governo desse país ter disponibilizado um fundo de apoio em que 500 milhões de dólares vão para… vá lá adivinhem… exacto, para a defesa, por estar a ajudar na evacuação da população. Mas acho que no meio de várias outras coisas que poderia comentar o que me merece um pensamento especial foi o facto de ver bandos de pessoas armadas a saquearem um cidade enquanto a policia nada podia fazer para conter estas atitudes, numa entrevista vi um homem dizer que a cidade estava a saque e que podiam fazer o que quisessem… que roubavam para sobreviver, e claro, quem não precisa de aparelhagens, televisões, jóias e outros produtos entre os que mais estão a ser roubados para sobreviver? A policia tem agora ordem para atirar a matar para quem for apanhado a roubar, claro que se um policia matar um indivíduo numa rua deserta dificilmente alguém saberá se ele estava a roubar ou não, mas isso são outros “30 paus”. Acho que é agora que os Estados Unidos deve estar orgulhosos de todo e qualquer cidadão poder andar de arma, e todos acharem normal… orgulhosos de ser um país onde se tem armas como quem tem uma bicicleta na garagem, porque sem essas armas não se poderia ver na televisão uma cidade americana que se confundiria com uma qualquer cidade africana num país em guerra civil. Mais uma vez os EUA demonstram, e obrigado por isso, que “todos diferentes, todos iguais”… basta as circunstâncias serem as apropriadas.

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