Acompanhei relativamente de perto a campanha americana, pelo menos para alguém que vive deste lado do Atlântico e não vive num meio que o exija saber, e foi ontem, no discurso em que concedeu a vitória, que MacCain mais eloquentemente falou. Se tivesse falado durante a campanha mais vezes assim, e da forma como Obama discursa e consegue inflamar o espírito de quem o ouve, talvez o resultado tivesse sido completamente diferente.
Além disso, e após uma corrida difícil e onde se lutou para que a raça nada tivesse a ver com as razões para votar, onde se tentou levar avante a ideia de que todos são iguais, as oportunidades são iguais e a cor era irrelevante, parece-me algo exagerado a conotação racial que está a ser dada a esta vitória. Quem ganhou não foi um preto. Foi um gajo muito inteligente, um pai de família que inspira quem o ouve e que significa uma mudança relativamente a quem está neste momento ao volante da nação desgovernada que são os EUA. Se se queira que o facto de ser preto não influenciasse negativamente a sua campanha e se tivesse em atenção o homem e não a cor da sua pele, não me parece moral que agora após a vitória, se faça desta eleição uma questão racial.
Obama, estamos à espera da mudança.
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