sábado, março 16, 2013

O que me faz a televisão

Hoje acordei e como em tantos outros dias liguei a televisão. Apercebi-me logo de que tinha sido uma ideia de merda, porque apareceu o palerma o Gaspar a tentar por-me a dormir outra vez.
O que ele disse já todos estamos fartos de saber e curiosos para perceber. Curiosidade essa que ele fez questão em não saciar com as respostas que deu ao repórteres em conferência de imprensa. Ainda que lhe admire o jogo de cintura ao conseguir falar tanto e dizer tão pouco.

Entretanto mudei de canal, fartei-me. Não que me farte saber o que espera o meu país, mas a verdade é que o que ele diz não passa de um exercício de ficção. Como é que eu posso confiar um gajo que em tudo o que mete a colher acaba por falhar redondamente. Há algum aspecto orçamental em que o Gaspar tenha feito uma previsão e a mesma se tenha revelado acertada?
Ora é a execução fiscal que fica abaixo do esperado, ora é o desemprego que é mais do que o esperado. Foda-se mas ele acerta uma? Mais... há alguém que fazendo tanta merda no seu trabalho não acabe despedido? Eu tinha vergonha de ter um trabalho em que só faço merda ao exercê-lo. A desculpa é quase sempre a mesma. Mas eu já estou farto da puta da conjuntura económica mundial. Se não sabe prevê-la e te-la em conta ponha-se a andar. É que eu em si não acredito mais. Bom, na verdade nunca acreditei, mas se fosse possível agora acreditava ainda menos.
Como é que eu posso ficar descansado que este novo ajustamento, as novas medidas, esta nova reestruturação vai funcionar? Porque é que esta haveria de ser a correcta quando até aqui só deu merda e os intervenientes são os mesmos?

Se a solução é propor rescisões aos funcionários públicos então eu espero que eles não aceitem, porque não é só assim que isto se resolve. E medidas para controlar os tais 18,2% de desemprego previstos e que acabaram por ser 20% porque como sempre as contas não batem certas, e já a contar com aqueles desempregados que não aparecem nas estatísticas por esta ou aquela "tecnicalidade" manhosa que apenas serve para compor um orçamento e ignora a realidade.
Os países deviam governar-se com rigor e com base na realidade do que a maioria dos seus habitantes vive, mas em vez disso governa-se para meia dúzia com base em regras definidas pelos amigos dessa meia dúzia. 

Venham daí os 4 mil milhões de cortes, que pelo menos até ao final de 2014 vamos ter que gramar com a puta da bomboca. Bonito será ver como em 2015 vai passar tudo a ser um mar de rosas, ou laranjas... novas promessas sem qualquer relevância, actos de contrição fingidos e cadeiras a rodar para que sejam esquecidos os que andaram a foder isto tudo nos últimos tempos. Lavar a cara e sorrir.

Hoje vou-me deitar sem ligar a televisão.

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