domingo, maio 18, 2008

Consumos


Esta semana, pela enésima vez este ano, subiu o preço dos combustíveis. A própria notícia em si é estranha, porque como é que num mercado liberal onde cada vendedor faz o seu preço se anuncia que esse preço vai subir 3 cêntimos à meia-noite? Se alguém souber explicar eu agradeço, porque realmente dizer isto, apresentar inclusive o preço dos combustíveis para o dia seguinte, e depois achar que não há concertação de preços é gozar com a minha inteligência.

Mais giro ainda é que por causa do preço dos combustíveis, os preços dos transportes públicos também vai subir, o que leva as pessoas a achar que os transportes colectivos valem cada vez menos a pena, e consequentemente, que talvez seja melhor andar de carro próprio, o que aumenta a procura dos combustíveis, que apesar disso sobem na mesma. Este é o produto que bate todos os manuais de economia, sobe mesmo quando há pouca procura e muita oferta. E o estado ri-se de nós porque enche os bolsos de impostos. Mas isso é outra conversa.

Ainda relativamente aos combustíveis, entristece-me ver que o mercado é, apesar dos tempos que o mundo vive, insensível a tudo e todos. Apesar das dificuldades económicas que se vivem, e que a quase todos nos fazem penar, a procura do maior lucro possível é imparável. O exemplo perfeito é o dos preços dos combustíveis no Jumbo, que foram alvo de reportagem na tv, porque lá o gasóleo era 13 cêntimos mais barato e gasolina 10, o que produzia filas para abastecer. Isto causou filas ainda maiores, e o Jumbo, que viu os seus lucros aumentar com o aumento de afluência faz o quê? Exacto, sobe ainda mais os preços, e a diferença neste momento é de 8 cêntimos no gasóleo e menos ainda na gasolina.

Isto só tem mesmos um único lado positivo, que é o de trazer, para mim, a resolução de que o carro vai ficar mais vezes em casa. Não, não é apenas um “diz que vou deixar, mas não deixo”, já começou, e vai continuar, sempre que o carro não foi preciso para trabalhar, vai ficar em casa, e o passe vai passar mais vezes pelo metro e pela carris. Se os preços não baixam, tenho que diminuir o consumo, que a minha vida não é alimentar chupistas de merda, que porque patrocinam a selecção, acham que podem enrabar o resto do povo.

1 comentário:

Catarina disse...

É uma pena que ainda não existam, em Portugal, os famosos carros eléctricos. São um bom investimento nestes tempos que correm e, além disso, são uma maravilha.